Inhotim 13 anos depois

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Escultura de Marepe e galeria ao fundo, em Inhotim.

Inhotim é um complexo de arte contemporânea e paisagismo em Minas Gerais, considerado um dos mais espetaculares museus ao ar livre do mundo. Possui dezenas de pavilhões únicos com obras de expoentes artísticos nacionais e internacionais, rodeados por uma flora exuberante e bem-cuidada. Tudo é arte no parque de 140 hectares com mais de mil espécies de plantas, e harmônicas intervenções arquitetônicas e artísticas. Requintes como os bancos-troncos de Hugo França espalhados sob árvores, e um lago verde de tom artificial habitado por carpas, completam um cenário onírico.

Criado em 2002 pelo colecionador e empresário do minério Bernardo Paz, Inhotim surgiu para propiciar bem-estar e experiência sensível a públicos de diferentes estratos sociais. Após 13 anos, o número de visitas cresce de acordo com metas próximas às de grandes parques temáticos, e em seu cerne brotam contradições típicas de nosso tempo. Mantido em boa parte pela mineração que corrói as montanhas vizinhas, Inhotim precisa orquestrar a delicada relação entre consumo de massa, indústria do entretenimento e modos de apresentar e transmitir sutis conteúdos artísticos sem banalizá-los como playgrounds.

Nos jardins, pessoas admiradas circulam ou fazem filas para ver algo que não reconhecem de imediato como arte, comprovando a importância de haver tais atrativos para um público em formação. Entretanto, diante de várias obras em mau estado de conservação – pelo excesso de manipulação ou por falhas técnicas – surge uma dúvida em relação à capacidade de orientação das massas nas galerias. Peças rachadas, mau-cheiro, arranhões, luzes queimadas e outros problemas, avisam que algo não vai tão bem. Sonic Pavillion, de Doug Aitken, apresentava revestimentos arrancados dos vidros e assoalho, além de defeito no áudio do “som da terra”. Já Neither, de Doris Salcedo, Beam Drop, de Chris Burden e Elevazione, de Giuseppe Penone estavam interditadas, enquanto obras como Falha, de Renata Lucas, e uma escultura em acrílico e espuma de sabão, de Davi Lamelas, se mostravam desconjuntadas e quebradas. O diretor artístico de Inhotim, Antonio Grassi, comentou atencioso que a manutenção está sempre em marcha. Contudo, o desfaio é grande, pois enquanto o público novato nas galerias insiste em tocar erroneamente as frágeis obras, os jovens monitores pareceram perdidos frente tal demanda.

Instalações como Forty Part Motet, de Janet Cardiff, têm filas para controlar o fluxo mas alongam demais a espera. Ao mesmo tempo, para almoçar nos restaurantes há mais filas. À entrada do bandejão Oiticica, uma hostess chamava nomes ao microfone e tornava desagradável a experiência de quem estivesse à mesa ou visitando o Penetrável Magic Square #5, de Hélio Oiticica, em frente. Em um momento a impressão na parte baixa do enorme parque era de saturação, embora no dia foram contabilizados 3 mil visitantes.

Inohtim, contudo, é sempre bom e sua sustentabilidade depende tanto das belezas e qualidade dos serviços, quanto da integridade da coleção de arte capaz de cativar uma massa desejosa por entretenimento diferente. Os pontos altos são muitos e maiores, e como destaque há a obra de dança e performance de Babette Mangolte (1941), na Galeria Mata, além da deslumbrante T-téia no pavilhão de Lygia Pape cuja simplicidade, poesia e leveza, distantes do barulho do espetáculo, são próximos da melhor arte para se apreciar no silêncio.

*Texto original da versão publicada em Jornal O Globo, Segundo Caderno, 17/07/2015.

Mostra de Osmar Dillon no Rio de Janeiro

Osmar Dillo, Déc. 1970. Foto: Pat Kilgore
“Eu Tu”. Déc. 1970.  Foto: Pat Kilgore

O Centro de Artes Hélio Oiticica, na Praça Toradentes, Centro do Rio de Janeiro, apresenta uma singela exposição do arquiteto, artista e poeta Osmar Dillon (Belém, 1930- RJ, 2013) cuja obra integrava poesia e pintura resultando em trabalhos categorizados como livros-poemas e não-objetos verbais. Vivendo no Rio na época da eclosão do Neoconcretismo, participou das Exposições de Arte Neoconcreta de 1960 e 1961, fundamentais para os posteriores desenvolvimentos artísticos brasileiros. Embora tenha se ligado ao movimento e estado presente nestes eventos Osmar Dillon, que parece ter sido um homem discreto, não alcançou a mesma notoriedade dos colegas Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica, ou Ferreira Gullar, cuja obra poética-plástica veio acompanhada de um discurso conceitual sofisticado que gerou a “Teoria do não-objeto” (1960).

Esta exposição procura contribuir no reposicionamento da obra de Dillon na história da arte brasileira do século XX, apoiando-se em uma pesquisa correta e reunindo trabalhos e projetos executados entre 1960-73, sendo alguns praticamente inéditos. Como aponta a curadora Izabela Pucu, as obras reunidas mostram o interesse de Dillon na relação entre palavra e visualidade. A curadoria, construída em parceria com o companheiro de vida do artista, Roberto Feitosa, dá ao conjunto um ar sutilmente amoroso e despojado, evidenciado logo no início do percurso com uma carta de Feitosa sobre/para Dillon, datilografada em papel amarelado e emoldurada. Ali ficamos sabendo que o artista era um homem muito criativo, de bons amigos e reservado, desinteressado em self-marketing e networking – o que explicaria de certo modo a pouca visibilidade que sua obra recebeu nas últimas décadas.

A exposição, que é curta, tem trabalhos formalmente curiosos, agradáveis e bem literais no sentido de se quererem entender como literatura, imagem e desenho. Dillon, formado em arquitetura em 1954, testemunhou o desenvolvimento da arte concreta e do design no Brasil, e tais referências são marcantes no conjunto de não-objetos e livro-poemas selecionados. Fica claro que estas obras tridimensionais feitas em madeira, papel, ferro, espelho ou acrílico, participativas ou não, expressam imagens que se completam pela matéria e sua forma, em uma pesquisa artística consonante com discursos da arte dos anos 1960-70. Bons exemplos são a escultura-poema-objeto Arte e Sopro (1960-1961) e o totem Boca-Eco/Sexo-Ovo (1970). É possível tocar em vários dos trabalhos, com e sem a orientação de um monitor, sendo essencial para a fruição dos livros-poema especialmente.

A mostra termina em uma sala grande com alguns desenhos e uma tela da série Devorantes, de 1969, todos de inspiração surrealistas, que não chegam a despertar grande interesse por aparentarem ser uma amostra muito pequena do que foi uma grande pesquisa do artista. Neste espaço também se encontram os desenhos/projetos da série Estudo para um Monumento Vivencial I, II e III (1961-1970) que dialogam de modo complexo com o horizonte e a arquitetura da recém inaugurada Brasília. Em uma parede, documentos e artigos de jornal ajudam a contar a trajetória de Dillon entre os anos 1960-70, assim como um pouco do cenário da arte de vanguarda do período. Ao lado desses registros, quinze poemas do artista, datilografados em papel amarelado e emoldurados, encerram o percurso de modo tocante. São composições muito simples e ritmadas, que de certa maneira concentram o pensamento que dá corpo aos trabalhos tridimensionais. Finda a visita fica a sensação de que Osmar Dillon ainda tem muito para ser estudado e exibido, sendo este só um primeiro passo, pequeno e importante, para uma revisão mais ampla de sua obra poética.

"Arte e Sopro" (1960-61) Foto: Pat Kilgore
“Arte e Sopro” (1960-61)
Foto: Pat Kilgore

* Publicado em Jornal O Globo, Segundo Caderno, 16/03/2015

Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica: Sob Nova Direção

Intervenção recuperada de Richard Serra no Hall do CMAHO.
Intervenção recuperada de Richard Serra no Hall do CMAHO. Foto: Gê Vasconcelos

Instalado nas imediações da Praça Tiradentes, Rio de Janeiro, no prédio do século 19 que abrigou o Conservatório de Música e o Conservatório Dramático Brasileiro, o Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica há muito não fazia jus ao artista que lhe dá o nome. Inaugurado em 1996, por iniciativa da Prefeitura do Rio e em parceria com o Projeto Hélio Oiticica, responsável pelo espólio do artista, o centro teve até 2002 programação exepcional. Livros foram editados e houve exposições de nomes como Sean Scully, Richard Serra, Amílcar de Castro e Iole de Freitas. Porém, como é comum ocorrer, os projetos da instituição não tiveram continuidade, e ela foi se desmontando. Mudaram os gestores, a diretriz curatorial se perdeu, a livraria e o café fecharam. Em 2009, o convênio com o Projeto Hélio Oiticica encerrou-se, e o acervo de obras que ali ficava foi removido, dando início a uma inacreditável fase de decadência.

Tal como outros equipamentos culturais cariocas – e brasileiros, o CMAHO viveu anos de precariedade, sobrevivendo com exíguas verbas. Destituída de identidade, a instituição perdeu relevância, apresentando exposições ora boas ora medíocres, que ocupavam as galerias como barrigas de aluguel. O declínio impactou tanto o perfil institucional como a estrutura física do local, o que levou à interdição do segundo andar e seu lindo salão.

Contudo, em fevereiro de 2014 a pesquisadora formada em artes visuais pela UFRJ, Izabela Pucu, com experiência na coordenação do Parque Lage, assumiu a direção com um plano de gestão para estabelecer uma nova identidade à institução, profissionalizar sua atuação e valorizar seu patrimônio histórico. Assim, com o apoio da secretaria municipal de cultura, ações de recuperação estrutural e administrativa do CMAHO estão sendo implementadas, e já se observam mudanças: no térreo há uma pequena biblioteca, um café-bistrô, uma sala de estudos e uma intervenção na parede de Richard Serra, de 1997, restaurada após ter sido apagada durante reformas no prédio. No primeiro andar um depósito de entulho virou uma sala de aula equipada e uma segunda obra de Serra, antes escondida sob um teto de gesso, foi revelada.

Em agosto o CMAHO reinaugurou com o projeto Tiradentes Cultural que, em parceria com diversos equipamentos culturais vizinhos, oferecerá no primeiro sábado do mês um circuito de atividades pelo entorno. Atualmente o centro mostra quatro boas exposições do Foto Rio 2014, com obras de Bárbara Wagner, Rogério Reis, Maria Oliveira, Wim De Schamphelaere e Peter lucas/Arquivo Orizon Carneiro Muniz. Para a atual diretora o único modo de mudar o CMAHO era fazer a revolução. Ela já está acontecendo e em nome de Oiticica a cidade agradece.

*Texto publicado em O Globo, 25/08/2014

 

¨La cultura no es una industria¨- Entrevista com Manuel Borja-Villel, diretor do Museu Reina Sofía, Madrid.

¿Cómo saldrán parados los museos de esta situación económica?
Pasamos por una crisis de los modelos, donde la hegemonía de los mercados es absoluta. Los museos han reaccionado hacia una espectacularización de las ideas, con un marcado perfil mediático. La TATE es la más mediática de todas. La obra se ha convertido en un bien de intercambio. Su uso consiste exclusivamente en el consumo y si contribuye a algo es quizás a que seamos mejores consumidores, pero no mejores ciudadanos. Este es el riesgo que corremos los museos en la actualidad. Pasamos por un momento en el que hemos de elegir qué queremos hacer y qué no queremos hacer. No podemos olvidar que un museo es importante por su colección porque la historia es ahora más importante que nunca. Aquella idea de la posmodernidad en la que todo flotaba y existía una amnesia del mundo presente hay que contrastarla con la historia. También es fundamental entender que el arte y la cultura son un conocimiento que nos afecta diría que a nivel de piel, capaz de generar afectos y comunidades.

¿Cuál es la función de los museos?
Su función ha cambiado respecto a la que tuvieron cuando surgieron en el siglo XVIII. La función del museo, en un momento en que el mercado y las industrias de la comunicación son tan poderosos es generar espacios de resistencia, libertad y conocimiento. Para ello encuentro importante que sepamos articular tres elementos que a menudo han permanecido en ámbitos separados: la obra, la documentación (información) y la comunidad.

Segue em http://www.elconfidencial.com/cultura/2013/03/11/ldquola-cultura-no-es-una-industriardquo-116533/

“Cervejaria em Santo Cristo? Torres de cinquenta andares? É a zona portuária (do Rio) bombando”.

Este mês de agosto o cenário de revitalização midiática da cidade do Rio de Janeiro foi confrontado com uma situação inesperada que ganhou manchetes e gerou uma intensa mobilização de setores da área cultural. Uma fábrica de chocolates desativada na zona do Santo Cristo, próxima ao porto, que estava sendo transformada em cluster cultural independente, foi leiloada e seus ocupantes (inquilinos), foram notificados a deixar o prédio. No entanto, nada ainda é definitivo e a situação permanece um impasse.

Diante do discurso oficial que aponta a arte e a cultura como pilares para uma revitalização urbana – mas que tem se mostrado extremamente midiático – o ocorrido trouxe à tona uma discussão maior: o da fragilidade das políticas culturais e da virulência com que planos urbanísticos estão sendo traçados com pouca ou nenhuma consulta pública.

O Rio Olímpico é a justificativa para investimentos gigantescos e especulação voraz que está deixando a população à margem. E nesse panorama a Cidade Maravilhosa virou uma das mais caras do mundo, sem que o carioca consiga entender por que.

Para incitar a reflexão ainda mais compartilho e indico aqui um texto preciso e claro:

O Caso Bhering, ou Especulação Imobiliária e a Lógica da Chantagem

[Sérgio Bruno Martins]

Duas notícias da maior importância colocaram em pauta, na última semana, a zona portuária carioca. A primeira fala da Bhering, antiga fábrica de doces no Santo Cristo que abriga um relevante conjunto de ateliês de artistas e outros criadores, bem como algumas pequenas empresas (todos pagando seus devidos aluguéis, diga-se). Por conta de dívidas com a União, o imóvel histórico foi leiloado e arrematado por um valor pífio. Os inquilinos rapidamente receberam ordens de despejo: trinta dias para sair, e contando. Um dos novos proprietários, dono de uma cervejaria em Teresópolis, diz reconhecer a vocação cultural do prédio. O problema é o que exatamente ele entende por ‘cultura’: um restaurante da cervejaria e uma série de ‘artesãos’ selecionados pela empresa, pagando aluguéis reajustados. Ou ainda, em suas próprias palavras: ‘Meu interesse é gerar dinheiro, sou um empresário.’ Sem dúvida, esse também é o interesse de Donald Trump, protagonista da segunda notícia. Consta que o magnata pretende construir seis torres de cinquenta andares na Leopoldina, completas com lojas no térreo e praça de alimentação. Basta juntar os pontos para perceber que a zona portuária está caminhando menos na direção de corredor histórico e cultural e mais para corredor de shopping center. No processo, história e cultura tornam-se meras palavras soltas em prospectos imobiliários.

CONTINUA  EM   http://revistapittacos.org/2012/07/31/o-caso-bhering-ou-especulacao-imobiliaria-e-a-logica-da-chantagem/

Olimpíadas prá quem?

Em meio à bolha de espetáculos e maquiagem da cidade do Rio de Janeiro, uma iniciativa se coloca como possibilidade de discutir o lado de fora do show.

No periodo de 11 a 18/09 foi realizado o encontro Cartografias Insurgentes, no Morro da Conceição – zona residencial tradicional da região do porto, que vê se aproximar o impacto dos projetos de remodelação na vida dos moradores.

Para conhecer a proposta e ver uma séire de materiais produzidos pelos que participaram, visite

http://cartografiasinsurgentes.wordpress.com/

Dia 25 de Junho, País parado

Gol. Hoje tem jogo de futebol.

Não vou à escola,

Não pago contas,

Não vou ao trabalho,

Não faço ginástica,

Não produzo um tostão.

Que bom.

Boto a minha peruca,

Pego a minha corneta,

Ligo a televisão.

Sento no sofá com a cerveja e a pipoca

E espero pelo show de emoção.

Golaço na telinha e amor no coração.

Não penso,

Não critico,

Não reparo tanta manipulação.

Phóm phóm e plim plim é muito legal.

Viva o samba, o maracanã e o salsichão.

Eu quero é mais ver o Brasil campeão!

De que mesmo?

Happy Art : )

Ah, que fofo!

O Happy Art Collectors é um clube de colecionadores… felizes! Que beleza! Deve mesmo ser muito bom ter uma graninha extra para gastar com arte. Alguém duvida? Agora vejam abaixo o statement dos Colecionadores da Arte Feliz, e a tradução inacreditável para o português. Tim-tim!

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5º Edital do Programa de Especialização em Patrimônio

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional está lançando o , para selecionar candidatos à turma 2010. Este Programa de bolsas destina-se aos profissionais recém-graduados em diversas áreas do conhecimento, para sua especialização no campo da preservação do patrimônio cultural durante um ano, renovável por igual período.

Os candidatos selecionados serão especializados por meio de sua integração nas unidades do Iphan, distribuídos conforme tabela do 5º Edital do PEP, disponível no Portal do Iphan: www.iphan.gov.br.

As inscrições estão abertas até o dia 4 de março de 2010 e as atividades do Programa terão início em 2 de agosto de 2010.