Prêmio Registros – vídeos sobre arte

O Canal Contemporâneo lança, pela primeira vez, o “Prêmio Registros – vídeos sobre arte”, que premiará até quatro vídeos sobre arte contemporânea brasileira produzidos entre os anos 1990 e 2010, com prêmios no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) cada.

A convocatória do Prêmio Registros pretende mapear e estimular a produção de registros videográficos com ênfase no documental e ensaístico, priorizando especialmente a experimentação de linguagem e novos formatos. Os documentários e ensaios videográficos inscritos no “Prêmio Registros” devem ser norteados pela arte contemporânea brasileira e seus desdobramentos, em exposições, vernissages, visitas, entrevistas, ateliês e debates.

O “Prêmio Registros” foi concebido a partir da verificação de uma enorme lacuna no que diz respeito à realização de registros de arte contemporânea brasileira na atualidade, apesar da enorme facilidade que os meios digitais possibilitam à produção e divulgação de vídeos. O objetivo deste prêmio é chamar atenção para o tema e, com isso, incentivar a criação de parcerias para a produção de vídeos sobre arte que tragam potencial para a troca de ideias, a promoção de novas ações e o estímulo de discussões sobre arte contemporânea e seu circuito.

Todo o processo, desde a inscrição até a exibição dos vídeos selecionados, será feito pela internet, no sítio do Canal Contemporâneo e com o uso dos canais do YouTube,. Com a publicação dos vídeos na internet, o Canal Contemporâneo dá continuidade a um trabalho que vem desenvolvendo há dez anos junto à sua comunidade: a criação de uma memória coletiva da arte contemporânea brasileira. O uso da internet como suporte permite não apenas difundir e divulgar as criações apresentadas, mas, também, produzir referências para que outras possam surgir.

O “Prêmio Registros – vídeos sobre arte” é produzido com recursos do edital Conexão Artes Visuais MinC/Funarte/Petrobras 2010.

As inscrições iniciam em 10 de agosto de 2010 e serão encerradas às 23h59 de 10 de setembro de 2010.

Contato: premioregistros@gmail.com

Ficha de inscrição: www.canalcontemporaneo.art.br/registros

Realização: Canal Contemporâneo

Este prêmio é produzido com recursos do Conexão Artes Visuais MinC/Funarte/Petrobras 2010.

Só um lembrete em ano de eleição

“A política e o entretenimento nunca estiveram tão juntos como atualmente, e dificilmente irão se separar. Foi desse encontro que nasceu e se estruturou o ativismo político dos últimos 50 anos, também chamado de ativismo midiático.

Independente da causa em questão, grande parte da comunicação política contemporânea segue a linguagem do espetáculo, como forma de guerrilha. A fórmula serve e é aplicada tanto para fins sociais relevantes como para qualquer outra coisa sem cabimento, por movimentos diversos e até por instituições como os partidos”.

do site:  http://perspectivapolitica.com.br/tag/ativismo-politico/

Juventude pela política, onde anda você? Talvez a arte ainda possa ser uma ferramenta poderosa…

Por uma representação relevante das Artes Visuais no ministério da cultura

Repassando o chamado enviado por Paula Trope,  artista visual e representante da classe artística pelo Sudeste, na Câmara Setorial de Artes Visuais – órgão formado por conselheiros da sociedade civil para atuar junto ao MinC e no governo, pelos interesses de diversas àreas e setores da cultura.

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Caros,

É com apreensão que recebemos a notícia da vacância na Direção do Centro de Artes Visuais da Funarte.  Estamos num momento crucial pela construção de políticas por questões caras à arte contemporânea, como a experimentação, a multiplicidade de meios, a transdisciplinaridade, ampliação de verbas e criação de programas, nossas demandas em perspectiva nacional. É importante que os artistas, pensadores e demais profissionais da área acompanhem de perto essa transição.

Para isso, artistas visuais e profissionais da área, reunidos no último 05/7 no Museu da República, Rio de Janeiro, elaboraram uma carta, apoiada e referendada pelo Colegiado Setorial de Artes Visuais, ao Ministro da Cultura Juca Ferreira e ao Presidente da Funarte, Sérgio Mamberti, solicitando participação ativa na indicação da Direção do CEAV, garantindo a interlocução da classe junto ao Governo Federal quanto aos desdobramentos das políticas culturais para as artes visuais.

É urgente a adesão de todos os artistas visuais e profissionais da área a essa mobilização, unindo-se no abaixo-assinado em anexo.

Ass.: Artistas e profissionais reunidos no Museu da República, apoiados e referendados pelo Colegiado Setorial de Artes Visuais, seguidos das demais adesões da classe.

Clique abaixo para entrar no link
Carta ao Ministro Juca


Cultura em Números

O Ministério da Cultura (MinC) lançou na semana passada
a segunda edição do estudo Cultura em Números,
originalmente publicado em 2008.

O levantamento traz os indicadores culturais
referentes à produção, oferta, valores de captação,
fundos, legislação e políticas de cultura.

Entre os setores analisados estão:
cinema, vídeo, música, teatro, dança, circo,
artes, design e moda, fotografia, patrimônio,
museus, cultura popular, biblioteca pública,
livraria, centro cultural, artesanato e meios de comunicação.

Os dados foram coletados entre os anos de 2003 e 200
pelo IBGE, IPEA, INEP, Ibope, e compilados pelo MinC entre 2007 e 2008.

Faça o download do estudo e confira os dados gerais e de cada Estado.

Baixe o PDF com os dados aqui: http://www.cenacine.com.br/wp-content/uploads/minc-cultura-em-numeros.pdf


Programa Novos Curadores

Ainda dá tempo e parece ótima esta iniciativa!

Programa Novos Curadores / Expomus – Inscrições e informações

A Expomus, em correalização com o Paço das Artes e com o patrocínio do Banco Santander, tem o prazer de apresentar o programa Novos Curadores. Trata-se de uma ação inovadora, de formação de curadores numa plataforma colaborativa, com intuito de dar oportunidades a novos talentos em curadoria e contribuir para sua formação teórica e prática.

Inscrições até 30 de junho de 2010

+ info em http://www.canalcontemporaneo.art.br/saloesepremios/archives/003089.html

Dia 25 de Junho, País parado

Gol. Hoje tem jogo de futebol.

Não vou à escola,

Não pago contas,

Não vou ao trabalho,

Não faço ginástica,

Não produzo um tostão.

Que bom.

Boto a minha peruca,

Pego a minha corneta,

Ligo a televisão.

Sento no sofá com a cerveja e a pipoca

E espero pelo show de emoção.

Golaço na telinha e amor no coração.

Não penso,

Não critico,

Não reparo tanta manipulação.

Phóm phóm e plim plim é muito legal.

Viva o samba, o maracanã e o salsichão.

Eu quero é mais ver o Brasil campeão!

De que mesmo?

Reflexões caótico-poéticas sobre o Rio de Janeiro 2

Registro de Ocorrência

Perdeu playboy. A bela paisagem sob a luz de maio é o canto da sereia. Seduz com voz aveludada o incauto transeunte que como o marinheiro em alto-mar, é cooptado para um passeio de delícias em águas profundas e quebradas misteriosas. Ali, perde a vida extasiado de amor e pânico.

Sem mais metáforas, o Rio de Janeiro é a sereia: uma linda cidade em conflito consigo mesma que oferta e admira seu povo com a beleza de seu canto, para dar o repentino bote em quem se aproxima demais de alguns dos seus sedutores, mas perigosos, tesouros.

Esta exposição concisa, realizada em nobre espaço da cidade, nos traz a faceta mais incômoda da mágica sereia. Registro de Ocorrência, termo emprestado da rotina das delegacias, apresenta 11 artistas jovens que exibem, à sua maneira, percepções de um cotidiano carioca conturbado e violento, difícil de aceitar.

A idéia da mostra surgiu de uma ocorrência policial de fato. A partir dela, Jaime Portas Vilaseca engendrou a exposição de tema áspero e surpreendentemente pouco discutido na arte brasileira atual: a truculência e confusão urbana em nosso País. Os artistas foram convidados para explorar a questão, e o fizeram com sarcasmo e ceticismo, acreditando talvez que a arte não sirva apenas para acalmar as retinas cansadas, devendo também estimular o debate. Assim, a poesia se colocou como alento e escapatória, e também como via cínica de protesto de uma geração já acostumada às grades grotescas, e às epidêmicas câmeras de vigilância que cerceiam nossos olhares.

Tocar num tema tão contundente e caro para o cidadão pode induzir a uma certa literalidade das obras. No entanto, apesar desse risco percebemos um conjunto cuja potência estética-crítica vai além da mera competência de cumprir uma demanda temática. Por que o assunto é quente e a chapa também, e em meio ao fogo cruzado, a escritura sagrada da arte pode ser a única tábua de salvação para algumas almas perdidas. Será? Acreditamos que sim.

Daniela Labra


Reflexões caótico-poéticas sobre o Rio de Janeiro 1

Por Fred Coelho

I – o quadro

O rio d‘janira engole. Esse pedaço encravado e improvável entre sal, areia e granito grita e canta aos quatro ventos sua impossibilidade. Sua velhacaria. Sua preguiça dadivosa. Sua genialidade gratuita. Seu desperdício de beleza. Sua fusão perfeita entre a surpresa diária da natureza e a certeza cotidiana do ódio entre classes. Uma energia sinistra, uma sarna hedonista que alimenta o esmeril e tritura o passante, uma máquina iluminada e enferrujada que afunda a cidade e nos liberta para o mundo.

Muitas vezes, porém, o carioca acredita piamente que não precisa do mundo. Basta o paredão impávido da Pedra da Gávea ou a mureta do Bar Urca e está tudo certo, e não há nada mais. Essa é a força criadora da cidade. Essa é a certeza venenosa que nos fartamos entre bravatas estéticas e silêncios sobre nossa afasia cultural. Essa crença atávica em nós mesmos, essa condescendência tropical e gordurosa com o precário → dentre os bares e as artes, dentre as aulas e as casas de festas, o precário como estilo, o arremedo como direito autoral, o projeto não como esforço inicial, mas sim como resultado e realização. Em um discurso radical e sem relativismos (pois sempre existem alternativas e caminhos divergentes), vivemos dia-a-dia a aceitação de estar ficando para trás, praticamos envergonhados e entredentes a louvação de província, valorizamos pouco o ESFORÇO SUPREMO que é preciso para ampliar as possibilidades de ações e ideias. Pois, no rio d’janira, somos reluzentes, somos a tradição cultural do país, somos personagens de novelas, somos assassinos em capas de jornais.

continua em http://objetosimobjetonao.blogspot.com/

Um feira é uma festa

A primeira feira de arte dedicada ao comércio de obras de arte moderna foi a Art Cologne, na Alemanha, inaugurada em 1967.  De lá para cá, as feiras de arte se multiplicaram como pães quentinhos pelo mundo todo, e hoje são tão populares como as Bienais e, em certos casos como a Art Basel na Suíça, ou a ARCO, em Madrid, ocupam o lugar de maior evento dedicado às artes plásticas do país.

Fatores já clichês como a espetacularizção, a mercantilização e a globalização da cultura são diretamente associados ao aparecimento deste fenômeno de natureza mercantil. Assim como uma feira de carros de luxo ou de agronegócios, as feiras de arte são um lugar para aquisição de produtos e negociações.

O que chama maior atenção, porém, é o fato de uma feira de artes carregar forte na maquiagem de glamour. Vender e adquirir obras de arte é sinônimo de poder. Porém, como ser artista nem sempre tem essa conotação, a glamourização destes eventos é uma coisa que fica esquisita por que é descolada da realidade do artista e do que é pensar e fazer arte.

No Brasil então, em meio a tantas problemáticas institucionais, é tristemente divertido notar que uma feira de Arte (diga-se: a SP Artes)  se transformou rapidamente num lugar onde artistas – muitos sem galeria e sem grana para bancar seus trabalhos – disputam um lugar para mostrarem seu sorriso e seu perfume nos corredores do feirão.

É desconcertante, mas pela experiência que tive trabalhando em feiras e galerias de arte, constatei que o artista em carne e osso, principalmente aquele que é jovem e sem galeria, é o último na lista de prioridades dos galeristas e dos compradores. Abaixo dele, só vem mesmo o público curioso de classe média, que tem dinheiro no máximo para comprar um livro.

Uma feira é uma festa muito animada. Os convidados plebeus, em sua maioria artistas que produzem obras de arte, vestem a melhor roupa para ajudar a esquentar a cama daqueles que fazem a fama e dinheiro – e cujas preocupações estão mais próximas da experiência lucrativa do que da experiência estética.

Um brinde ao capitalismo!

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Segue a leve e hilária matéria do Estadão sobre a SP Artes:

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100430/not_imp545049,0.php