O que é Arte Brasileira?

Aproveitando a celeuma em torno do Panorama de Arte Brasileira sem arte brasileira, lanço a questão:

Mas, afinal, o que é Arte Brasileira?

a) Arte feita no Brasil

b) Arte feita por artistas brasileiros

c) Arte com cara de Brasil

d) Qualquer tipo de arte feita em qualquer lugar

e) Todas as respostas

f) Outras

rubens-caixa-de-luz
Uma arte bem brasileira: Rubens Mano. Caixa de Luz. Intervenção. Palácio Cruz e Sousa, 2008

The Watermill Center – Laboratory for Performance

The Watermill Center –
Laboratory for Performance
Fall & Spring Residencies
2009 – 2010
Call for Proposals

Application due date:
May 31, 2009
The Watermill Center
39 Watermill Towd Road
Water Mill, NY 11976 USA
+1 631 726 4628
residencies@watermillcenter.org

Welcome

Watermill, a “laboratory for performance” that supports the development of experimental and cross-disciplinary artistic practices is pleased to announce a call for proposals for the Fall 2009- Spring 2010 Residencies.

Watermill invites emerging artists to submit ambitious proposals for the creation of collaborative works which critically investigate, challenge, and extend the existing norms of performance practice. Watermill also welcomes research proposals from established scholars. Watermill is actively engaged in raising its international profile and extending its network of associates and encourages proposals from artists based outside the US.

The Watermill Center uses Slideroom to gather proposals and work samples for its residency program.  All proposals must be submitted via our online system at watermillcenter.slideroom.com. There are no exceptions. Complete guidelines and site plans are available for viewing at right.

The Watermill Center was founded in 1992 by its Artistic Director Robert Wilson as an international, multi-disciplinary center for studies in the arts and humanities. For the past 16 years, the Watermill Center has been home to an International Summer Program led by Robert Wilson, focusing on new projects that he is developing in all areas of the arts. With the opening of its new building in 2006, the Center became a year-round performing arts laboratory for emerging artists. Expanded programs in the Spring and Fall include workshops and classes, artist residencies, conferences and lectures, and a variety of local and international educational partnership programs. Watermill collaborates with institutions such as Park Avenue Armory, Kampnagel Hamburg, CUNY Martin E. Segal Theater Center, Taipei Cultural Center, Chez Bushwick and Radialsystem Berlin.

The Center seamlessly combines performance and rehearsal sites with working and communal living spaces. Its flexible and multi-purpose interiors house informal performance halls, the Watermill Art Collection, a selection of Robert Wilson’s own furniture designs, an extensive reference library, kitchen facilities and dormitory. The Center is situated on six-acres of wooded and landscaped grounds.

As part of the Center’s outreach program, residents are required to conduct a public such as a master class, open rehearsal, or a workshop for schools or other local groups. Concurrent with the residencies, Watermill Center staff conduct tours of the facilities, grounds and collection, as well as educational programs for visiting students.

SELECTION
An International Selection Committee convenes in mid-July to review proposals. The Selection Committee includes prominent artists, scholars, and arts professionals. Proposals will be evaluated on the basis on the artistic quality of the submitted work samples as well as the quality and incisiveness of the proposal narrative.

Marina Abramovic, Performance Artist (Serbia)
Marie-Claude Beaud, Curator and Director of the Musée d’Art Modèrne Grand-Duc Jean (Luxemburg)
Jonathan Safran Foer, Writer (US)
Alanna Heiss, Founding Director, P.S. 1 (US)
Jürgen Kluge, Director, McKinsey and Company, Inc. (Germany)
Xavier Le Roy, Choreographer and Performer (France)
Albert Maysles, Film maker (US)
Michael Morris, Co-Director, Artngel, and Director, Cultural Industry (UK)
Gérard Mortier, General Manager of the Opéra de Paris (Belgium)
Ida Nicolaisen, Anthropologist and President of the United Nations Permanent Forum of Indigenous
Issues (Denmark)
John Rockwell, Journalist (US)
Christoph Schlingensief, Film Maker, Visual Artist and Theater and Opera Director (Germany)
Richard Sennett, Sociologist and Cultural Critic, New York University & London School of Economics (US)
Nike Wagner, Artistic Director, Kunstfest Weimar (Germany)

CONTACT INFORMATION
Sherry Dobbin
Watermill Program Director
+1 631 726 4628
residencies@watermillcenter.org
http://www.watermillcenter.org/program/residencies.php

Ecos Altermodernos

Traduzi pequeno trecho do Manifesto Altermoderno (Nicolas Bourriaud) e Patricia Canetti gentilmente traduziu o resto por conta e risco.  Seguem, também, links sobre o assunto indicados por membros do grupo de discussão CORO.

+ + +
ALTERMODERN MANIFESTO – PÓS-MODERNISMO ESTÁ MORTO
Viagens, intercâmbio cultural e análise da história não são apenas temas em moda, mas marcadores de uma profunda evolução na nossa visão de mundo e na nossa maneira habitá-lo.

Mais genericamente, a nossa percepção globalizada exige novas formas de representação: a nossa vida quotidiana se dá num enorme  cenário mais do que nunca, e depende agora de entidades transnacionais, de viagens de curta ou longa distância, em um universo caótico e prolífico.

Muitos sinais indicam que o período histórico definido pelo pós-modernismo está chegando ao fim: multiculturalismo e o discurso de identidade estão sendo ultrapassados por um movimento planetário de “creolização”. O relativismo cultural e a desconstrução, que substitui o universalismo modernista, não nos dão armas contra a dupla ameaça da cultura de massa uniforme e de uma regressão tradicionalista de extrema-direita.

Os tempos parecem propícios para a recomposição de uma modernidade no presente, reconfigurado de acordo com o contexto específico em que vivemos – crucial na era da globalização – entendido em seus aspectos econômicos, políticos e culturais: uma altermodernidade.

Se o Modernismo do século XX foi sobretudo um fenômeno da cultura ocidental, a altermodernidade decorre de negociações planetárias, discussões entre agentes de diferentes culturas. Desprendido de um centro, ele só pode ser poliglota. A Altermodernidade caracteriza-se pela tradução, ao contrário do modernismo do século XX, que falava o idioma abstrato do ocidente colonial e do pós-modernismo, que resumia o fenômeno artístico às origens e identidades.

Estamos entrando na era da legendagem universal, da dublagem generalizada. Hoje, a arte explora os laços que texto e imagem tecem entre si. Artistas percorrerem uma paisagem cultural saturada com sinais, criando novos percursos entre múltiplos formatos de expressão e de comunicação.

O artista se torna “homo viator”, o protótipo do viajante contemporâneo cuja passagem por signos e formatos remete a uma experiência de mobilidade contemporânea, viagens e transpassagens. Esta evolução pode ser vista na maneira como as obras são feitas: um novo tipo de forma está surgindo, a forma-viagem, feita de linhas traçadas tanto no espaço e como no tempo, materializando trajetórias em vez de destinos. A forma do trabalho exprime um curso, um vaguear, em vez de um espaço-tempo fixo.

A arte altermoderna é assim entendida como um hipertexto; artistas traduzem e transcodificam a informação de um formato para outro, e passeiam pela geografia, assim como pela história. Isto dá origem a práticas que podem ser referidas como “time-specific”, em resposta ao “site-specific”, trabalho dos anos 60. Rotas de voo, programas de tradução e cadeias de elementos heterogêneos articulam-se mutuamente. O nosso universo torna-se um território em que todas as dimensões podem ser percorridas tanto no tempo como no espaço.

A “Tate Triennial 2009” se apresenta como uma discussão coletiva sobre esta hipótese do final do pós-modernismo e da emergência de uma altermodernidade global.
http://www.e-flux.com/shows/view/6579

+++
+ sobre ALTERMODERN na entrevista com Nicolas Bourriaud
http://www.artecapital.net/entrevistas.php?entrevista=75

http://www.ubu.com/film/relational.html

Altermodernismo (?)

Talvez alguns já estejam sabendo, e outros ainda vão saber: O curador francês Nicolas Bourriaud, inventor do termo Estética Relacional, agora lança mais esse – Altermodernismo. Com a exposição da Trienal de artes da Tate Britain, Bourriaud criou um manifesto (numa era em que a idéia de Manifetso soa um tanto anacrônica) para  definir o que seria a produção de arte atual. Traduzi um trecho significativo:

“Se o modernismo do século XX foi sobretudo um movimento cultural do ocidente, a Altermodernidade emerge de negociações planetárias, discussões entre agentes de diferentes culturas. Despido de um centro, ele só pode ser poliglota. Altermodernidade é caracterizada pela tradução, diferentemente do modernismo do século XX, que falava a linguagem abstrata do ocidente colonial, e do pós-modernismo, o qual fechava o fenômeno artístico em questões como origem e identidades.”

A seguir, o texto na íntegra, em inglês…

++

ALTERMODERN MANIFESTO – POSTMODERNISM IS DEAD
Travel, cultural exchanges and examination of history are not merely fashionable themes, but markers of a profound evolution in our vision of the world and our way of inhabiting it.

More generally, our globalised perception calls for new types of representation: our daily lives are played out against a more enormous backdrop than ever before, and depend now on trans-national entities, short or long-distance journeys in a chaotic and teeming universe.

Many signs suggest that the historical period defined by postmodernism is coming to an end: multiculturalism and the discourse of identity is being overtaken by a planetary movement of creolisation; cultural relativism and deconstruction, substituted for modernist universalism, give us no weapons against the twofold threat of uniformity and mass culture and traditionalist, far-right, withdrawal.

The times seem propitious for the recomposition of a modernity in the present, reconfigured according to the specific context within which we live – crucially in the age of globalisation – understood in its economic, political and cultural aspects: an altermodernity.

If twentieth-century modernism was above all a western cultural phenomenon, altermodernity arises out of planetary negotiations, discussions between agents from different cultures. Stripped of a centre, it can only be polyglot. Altermodernity is characterised by translation, unlike the modernism of the twentieth century which spoke the abstract language of the colonial west, and postmodernism, which encloses artistic phenomena in origins and identities.

We are entering the era of universal subtitling, of generalised dubbing. Today’s art explores the bonds that text and image weave between themselves. Artists traverse a cultural landscape saturated with signs, creating new pathways between multiple formats of expression and communication.

The artist becomes ‘homo viator’, the prototype of the contemporary traveller whose passage through signs and formats refers to a contemporary experience of mobility, travel and transpassing. This evolution can be seen in the way works are made: a new type of form is appearing, the journey-form, made of lines drawn both in space and time, materialising trajectories rather than destinations. The form of the work expresses a course, a wandering, rather than a fixed space-time.

Altermodern art is thus read as a hypertext; artists translate and transcode information from one format to another, and wander in geography as well as in history. This gives rise to practices which might be referred to as ‘time-specific’, in response to the ‘site-specific’ work of the 1960s. Flight-lines, translation programmes and chains of heterogeneous elements articulate each other. Our universe becomes a territory all dimensions of which may be travelled both in time and space.

Panorama sem Arte Brasileira

O  Canal Contemporâneo re-publicou e eu posto aqui:

Mostra de arte brasileira não terá artistas nacionais por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na sessão Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 20 de março de 2009

Exposição será reservada a estrangeiros que dialoguem com a cultura do país

O 31º Panorama da Arte Brasileira, que acontece em outubro, no MAM-SP, terá ainda projeto de residências artísticas para estrangeiros

Depois da polêmica Bienal do Vazio, no ano passado, que deixou um andar do pavilhão no Ibirapuera sem produções artísticas, a controvérsia do mundo das artes plásticas nacionais deste ano promete ser o 31º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), previsto para ser aberto no dia 10 de outubro.

Com curadoria de Adriano Pedrosa, 43, a mostra bienal não terá artistas brasileiros, ao contrário do que indica seu título, mas estrangeiros que estabeleçam algum diálogo com a cultura local ou estejam vinculados a um tipo de produção que ele considere brasileira.

“Minha primeira ideia foi organizar um panorama de arte latino-americana, que acabou amadurecendo nessa ideia de arte brasileira feita por estrangeiros. Esse projeto também reflete minha percepção de que a programação das instituições na cidade é majoritariamente com brasileiros”, disse Pedrosa à Folha, na sede do MAM.

Criado em 1969 e transformado em evento bienal em 1995, o Panorama visava até então apresentar uma leitura da produção brasileira contemporânea, tendo sido organizado por curadores como Ivo Mesquita, em 1995, ou o cubano Gerardo Mosquera, em 2003, que agregou três estrangeiros à mostra, entre 19 artistas.

A proposta de não incluir artistas brasileiros significaria que a produção nacional anda fraca? “Estou flexibilizando uma noção ossificada de “arte brasileira”, questionando-a. O “brasileiro” nesse contexto deixa de ser nacionalista. Parece-me pertinente, pois o Brasil e a arte brasileira sempre foram muito abertos”, diz Pedrosa.

Residências

Outra inovação será a realização de residências artísticas para estrangeiros, como ocorreu na 27ª Bienal de SP (2006), na qual Pedrosa foi cocurador.

Assim como daquela vez, a Faap irá acolher os artistas em um edifício na praça Patriarca. Esse tipo de procedimento, contudo, teve início antes na carreira do curador: “O projeto de residências é algo que primeiro desenvolvi com a Luisa Lambri, uma italiana que fez fotografias de arquitetura brasileira, em 2003. É um bom exemplo de “arte brasileira”, nesse sentido ampliado”.

Pedrosa pretende selecionar cerca de 30 nomes para a mostra: “Meu objetivo é buscar artistas que estabeleçam uma relação mais profunda com a cultura brasileira, como o Superflex [da Dinamarca], que trabalhou com o guaraná Power, ou a [francesa] Dominique Gonzalez-Foerster, que já trabalhou com muitas referências nossas e vive no Rio”.

Cerca de metade da seleção, ainda segundo Pedrosa, deve participar do programa com a Faap: “Nas residências, vamos convidar de dez a 15 artistas que potencialmente possam desenvolver uma relação com o país, não apenas para realizar uma obra para o Panorama mas para algo muito além disso. Trata-se assim de reunir artistas estrangeiros que já produzam “arte brasileira” e oferecer possibilidades para que outros também o façam”.

Mais que polêmica, a proposta de Pedrosa é ambiciosa: é possível definir como brasileiro um trabalho de arte contemporânea, independentemente de quem o realize? Essa foi, afinal, uma das questões fundamentais dos modernistas brasileiros, que nunca conseguiram chegar a uma conclusão.

Ferreira Gullar revê o manifesto neoconcreto

Artigo publicado no Jornal do Brasil em 20.03.2009 traz comentários do poeta-crítico sobre o movimento neoconcreto, sobre literatura e claro, arte contemporânea.

“Academizaram a rebeldia. Pode uma coisa dessas? O novo virou um fetiche. Agora me consideram um crítico conservador. Mas o rebelde sou eu: porque eles estão em todas as academias, exposições, galerias, e todos concordam entre si. Até hoje não saíram do urinol, fazem exposição com cocô. Mas isso só acontece nas artes plásticas, que é financiada com o dinheiro dos grandes museus. Se isso acontecesse na literatura, ninguém compraria livros; no teatro, ninguém veria os espetáculos. Porque ninguém vai querer colocar cocô artificial ou urinol na sala. Agora veja, nem tudo está perdido: a exposição do Vik Muniz, no MAM, está lotada. Porque é boa e nova, e ninguém está contra o que é bom e é novidade. Ele sim faz arte mesmo.”

Completando e – com todo o respeito – confrontando o poeta, há muitos artistas maravilhosos que não só o Vik Muniz, quem aliás, em minha humilde visão, descobriu uma fórmula bacana de fazer suas obras e que a repete em quase tudo o que faz. Muniz é um bom representante da mina de ouro que é o mercado de arte, sendo um artista aplaudido e alavancado pelo sistema institucional (museus) e por setores ‘mundanos’ como publicidade. Ou seja, não dá prá detonar o sistema da arte e suas instituições e ao mesmo tempo dizer que o Vik é a salvação da lavoura, por que este, com o seu talento e sensibilidade, não deixa de ser fruto do outro. Com todo o respeito.

E que tem gente que repete o urinol e o cocô em lata até hoje, ah, sim, isso tem -  do mesmo modo que tem gente repetindo o Pollock, o Andy Warhol, Picasso e o impressionismo. Mas e aí, qual das repetições é melhor que a outra? Nenhuma.

No mais, a entrevista com Gullar é cultura brasileira e leitura quase obrigatória. Publicada on-line no Portal Literal.

http://portalliteral.terra.com.br/artigos/ferreira-gullar-reve-o-manifesto-neoconcreto

Random Rules – Um canal de vídeos selecionados por artistas no YouTube

noname

(Imagem da seleção de Lisi Raskin)

Curada por Marina Fokidis, a iniciativa é uma seleção de vídeos disponíveis no youtube, só que feita por artistas convidados pela curadora.

Os participantes são:

Artists: Andreas Angelidakis, Aids 3D ( Daniel Keller and Nick Kosmas) , assume vivid astro focus, Pablo Leon de la Barra, Eric Beltran, Keren Cytter, Jeremy Deller, Cerith Wyn Evans, Dominique Gonzalez Foerster, Dora Garcia, Rodney Graham, Annika Larsson, Matthieu Laurette, Ingo Niermann, Miltos Manetas, Ahmet Ögüt, Angelo Plessas, Lisi Raskin, Linda Wallace.

http://www.youtube.com/randomrules09

Museólogo por secretária no CAHO, RJ

Repasso a carta desta colega de àrea.  O CAHO deveria ser referência de centro de arte no Brasil “mas a sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo”…

+ + +

Caros amigos,

Comunico o que a Cultura no Brasil propõe para o futuro.

Diante da decisão lamentável da Secretaria das Culturas de extinguir o cargo de Museólogo do quadro do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, quero tornar público que permaneci durante cinco anos no cargo de museóloga em contrato CLT (Outubro 2003- Fevereiro 2009) e fui destituída sob a alegação de que o cargo de museólogo
da instituição seria extinto. Segundo ofício enviado pelo Sr. Randal Farah de Oliveira Leão, Sub-Secretário de Gestão, para a empresa de Recursos Humanos que terceriza funcionários para os órgãos da Prefeitura do Rio de Janeiro, o cargo não foi apenas extinto ele foi tranformado em um cargo de secretária.
Perdi o emprego, mas não a indignação. O ato de extinguir a função de museólogo de uma Instituição Cultural da Prefeitura do Rio de Janeiro, ou seja uma instituição pública é um desrespeito a nossa classe. Como se não bastasse a falta de concurso público para a área e os poucos espaços para exercermos a profissão, o cargo de museólogo vem sendo substituído por diversas áreas, como arquivologia
, biblioteconomia e neste caso, secretariado.
Esta carta não é apenas uma reclamação ou um desabafo pessoal, nem mesmo é uma maneira de obter o meu emprego de volta. É sim um repúdio, um protesto contra os descasos que sofre a nossa profissão. Afinal, enquanto a classe dos teatros esbraveja contra a política cultural da atual Secretaria das Culturas, as outras “culturas” como Museus, Artes Plásticas, bibliotecas e etc se calam.
credito que consentir e calar-me diante destas decisões é decretar o fim da Cultura e da Museologia para o Brasil.
Quando será que a Museologia terá o seu verdadeiro espaço? E quando o profissional será indispensável à Cultura?

Atenciosamente,

Daniela Matera Lins

Corem 0686-I