Comentários sobre Arte e Crime

O evento aconteceu em recife, em março passado. O tema por si só já sugeria que alguma polêmica poderia ocorrer: dito e feito. Em meio a mesas de debates no auditório da Fundação Joaquim Nabuco, um grupo de artistas tementes à postura de demolir convenções, provocou os participantes com palavras de desordem e atentados de teor doméstico para desestruturar o esquema do seminário, acusado de acadêmico.

De certo modo, havia alguma coerência do grupo em estimular a desestrutura de um evento que justamente discutia, num plano organizado, processos de artistas que criam produtos artísticos a partir de atitutes de insubordinação e desobediência civil.

O problema no entanto, é que quando se é desobediente num evento que pretende discutir de modo amplo a desobediência legitimada como arte, o que se está conseguindo é apenas a meta linguagem, ser uma auto-refêrencia que deixa o sujeito numa posição de exemplo prático do assunto que é discutido no plano teórico. E só.

Uma das ‘polêmicas’ foi um bombinha de são joão atirada sobre uma mesa próxima aos palestrantes, no segundo dia do evento. O assunto, de teor doméstico, rendeu discussão e está rendendo até mesmo esta publicação neste blog, pois de fato provocou celeuma e incômodo. Talvez mais pelo desrespeito aos presentes (incluindo o público) do que por qualquer rastro de heroísmo ou ousadia.

No fim, o Seminário Arte e Crime foi muito instigante por inclusive ter tido uma claque ‘do contra’, além de ter mobilizado um público muito interessado e presente. Os debates levantaram aspectos da política, da arte e da filosofia para falar de cultura – não permitindo que a discussão terminasse vazia e colérica, estendida exausta no patamar da polêmica.

Obrigada a todos que compareceram!

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