As Câmaras Setoriais de Cultura

Para quem nem ficou sabendo – ou para quem muito soube – nos dias 7, 8 e 9 de março aconteceu, em Brasília, a pré-conferência nacional de cultura com delegados da sociedade civil e convidados, para atuarem como representantes de diversos segmentos artísticos em um longo debate que começou em 2005, orientado pelo MinC.

A intenção de tal debate é, grosso modo, criar uma cartilha para a cultura que futuramente vire lei de Estado e dê suporte aos profissionais da cultura.

Participei deste evento na categoria de convidada da FUNARTE pela câmara setorial de Artes Visuais, e saí satisfeita por ter acompanhado um processo que conseguiu caminhar numa direção democrática e equilibrada, elegendo representantes de diversos estados do Brasil, atuantes em suas áreas e cheios de vontade de contribuir para a melhoria (e construção) das políticas culturais nacionais que dizem respeito ao nosso campo de atuação, que é o das artes visuais.

De certo modo, me surpreendi com a ausência de pessoas de alguns estados, como Espirito Santo e Maranhão, e mesmo com alguém jovem do DF, localidade  estranhamente com apenas um representante do antigo colegiado, o Sr. Wagner Barja, que continuou no colegiado, mas como delegado suplente apenas.

Nesse sentido, também fiquei refletindo sobre o esvaziamento da participação de São Paulo, cidade que mais tem verba, equipamentos culturais e mercado de arte(s). Fico com a impressão que talvez seja dificil compreender um processo de descentralização de poder (e verba pública), quando se está na auto-suficiente São Paulo – cidade que amo (que fique claro para não parecer bairrismo).

Me pergunto se o peso do mercado de arte e os grandes eventos comerciais na cidade, que de certa forma orientam boa parte da produção do artista em geral (não só em SP), talvez estejam colaborando para um desinteresse dos profissionais do meio na participação política de abrangência nacional. Me preocupou um pouco não ver pessoas ligadas a universidades ou instituições paulistas lá em Brasilia, assim como artistas inseridos internacionalmente, curadores e críticos independentes, que em São Paulo são tão atuantes… Talvez o pessoal não tenha tempo sobrando para ir a Brasilia fazer um trabalho voluntário.

Mas, enfim, parece que o processo das câmaras setoriais tem tudo para deixar um legado muito positivo para todos – apesar dos pesares, por que nada é perfeito. E aproveito para parabenizar a Livia Martucci, de São Carlos (SP) que com muito empenho foi eleita a representante do Sudeste para as artes visuais. Certamente ela terá muito trabalho pela frente – e tomara que receba muito apoio de todos nós.

obs1 : os participantes da pré-conferência, com excessão dos convidados, foram escolhidos em plenária aberta formada por pessoas interessadas. A eleição se deu em diferentes cidades brasileiras, nos meses anteriores a esta pré-conferência.

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DELEGADOS ELEITOS

Foram eleitos, no dia 09 de março de 2010, durante a Pré-Conferência Setorial de Artes Visuais, os novos membros do Colegiado Setorial de Artes Visuais para os próximos dois anos. Veja os nomes:

Titulares: Orlando Maneschy, Sânzia Barbosa, Magna Domingos, Charles Narloch, Lívia Martucci, Tana Halú, Paula Trope, André Venzon, Tibério França, Rosa Melo, Denise Bandeira, Luiz Carlos de Carvalho, Serafim Bertoloto, Fernanda Magalhães e Newton Rocha Filho (Goto).

Suplentes: Lígia Barros, Viviani Duarte, Wagner Barja, Neiva Bohns, Janaína Garcia, Aslan Cabral, Yiftah Peled, Lúcia França, Diógenes Chaves, Luiz Gustavo Vidal, Ana Glafira, José Albio e Dércio Damaceno.

+ INFO   http://culturadigital.br/setorialartesvisuais/2010/03/10/novo-colegiado-setorial-de-artes-visuais/

Bolsas da Fundação HARPO

As bolsas da fundação americana HARPO financiam pesquisas de artistas através de instituições sem fins lucrativos. A instituição deve mandar uma proposta, em nome do artista. Projetos de pessoas físicas não são aceitos.

Mission
Harpo Foundation was established in 2006 to support artists who are under recognized by the field. This applies to all artists whether emerging or further along in their careers. We view the definitions of art and artist to be open-ended and expansive.

2010 Funding Focus
The relationship between art and site in an era defined by digital technologies is the focus for Harpo Foundation’s 2010 funding cycle. Of specific interest is the dialectic between the non-locality of the digital world and the existential physicality of our everyday environment. For example, our sense of place is being drastically altered by web space, which brings geographically distant locations together to form a new kind of locality, yet what’s small, local, personal, political and natural informs our vision for a sustainable future; the search for place-bound identity persists.

+  info     http://www.harpofoundation.org/

Filme do Banksy

Filme sobre Banksy não esclarece o grande mistério sobre o artista Obra de Banksy no filme (do Globo online)

‘Exit through the gift shop’ / Divulgação Uma sensação esquisita acompanhou os espectadores da última sessão de domingo da mostra oficial do Festival de Berlim. Muitos saíram da exibição do documentário “Exit through the gift shop” acreditando que, até o fim da semana, sem que ninguém perceba, o Berlinale Palais, principal cinema do Festival, vai amanhecer com algum símbolo anarquista desenhado no urso que simboliza Berlim. Ou que, talvez, toda a fachada ganhará adesivos de outras mostras de cinema. Ou, ainda, que um elefante com a cara do brincalhão Dieter Kosslick, diretor do Festival, surgirá caminhando numa das ruas da Potsdamer Platz.

A razão de tanta imaginação se deve ao responsável por “Exit through the gift shop”. Ou, ao menos, àquele que se apresenta como diretor do filme, o artista plástico britânico Banksy. O documentário foi lançado no fim do mês passado, em Sundance, e acabou selecionado para a mostra oficial de Berlim, mas fora de competição. A expectativa era grande por todo o mistério que cerca a figura de Banksy. Desde que surgiu, nos anos 1990, como um dos expoentes da street art, a arte de rua, ninguém descobriu ao certo seu nome, viu seu rosto ou visitou sua casa. Imaginava-se, então, que o filme esclareceria alguma coisa. Mas “Exit…” foi tão direto ao ponto quanto um episódio da série televisiva “Lost”.

Antes da projeção, foi anunciado que seria exibido um vídeo feito por Banksy especialmente para o festival. O artista apareceu na tela com seu figurino habitual: calça jeans, casaco com capuz e seu corpo às escuras. Sentado num local onde disse ser sua casa (uma espécie de caverna, com um carrinho de sorvete todo pichado ao fundo), Banksy falou com uma voz modificada digitalmente, meio Darth Vader, a mesma que ele utiliza no documentário: “Algumas pessoas estão dizendo que o filme é uma mentira. Mas isso não é verdade. ‘Exit through the gift shop’ é um filme honesto. Não havia roteiro, planos, nem sabíamos que estávamos fazendo um filme. E acho que é um bom filme, sobretudo se você tiver uma expectativa baixa”.

Baixa ou não, a única expectativa que o documentário não atende é em relação a seu diretor. O filme trata pouco da carreira de Banksy. O foco, na verdade, é o francês Thierry Guetta, um entusiasta do grafite que passou anos registrando em vídeo o trabalho de artistas de rua como Shepard Fairey (autor do famoso cartaz “Hope” para a campanha presidencial de Barack Obama) e o próprio Banksy. Guetta teria estado ao lado de Banksy quando este colocou um boneco pintado como prisioneiro de Guantánamo num parque da Disney, em Orlando. Ele também teria comparecido, entre várias celebridades, à exposição “Barely legal”, que o artista montou em Los Angeles e cujo destaque foi a presença de um elefante vivo pintado de rosa.

Segundo o filme, Banksy primeiro incentivou Guetta a ele próprio fazer um documentário sobre o trabalho dos artistas de rua, mas o resultado foi risível — “Exit…”, por sua vez, traça um panorama de uma década de street art através dos olho de Guetta. Banksy, então, teria convencido o videomaker a criar arte. Surge, então, Mr. Brainwash (Sr. Lava Cérebro). Com uma forte campanha de marketing, Mr. Brainwash se tornou em pouco tempo uma sensação pop nos EUA. A capa do último disco de Madonna, a compilação “Celebration”, foi feita por ele.

Anteontem, curiosamente próximo ao burburinho causado pelo documentário, Brainwash abriu sua primeira exposição em Nova York, intitulada “Icons”. Sua arte, basicamente, trata de apropriação da arte alheia. É uma espécie de remix no mundo das artes plásticas. Vários quadros sampleiam obras de Andy Warhol, Piet Mondrian ou, logicamente, de Banksy. Em 2008, numa exposição na Sunset Boulevard, em Los Angeles, ele montou a imagem do quadro “Nighthawks”, de Edward Hopper, em tamanho real.

Apesar de Banksy criticar a forma como Brainwash comercializa a arte (“Saia pela loja de presentes”, diz o título do documentário), o filme só tem feito sua popularidade aumentar, apenas com os ecos de dois festivais de cinema. Em Berlim, durante a entrevista coletiva de “Greenberg”, de Noah Baumbach, no domingo, um jornalista pediu licença para perguntar para o ator galês Rhys Ifans o porquê de “Exit…” não ter representantes no festival para uma entrevista. Ifans, que faz a narração do documentário e que foi o amigo tresloucado de Hugh Grant em “Um lugar chamado Notting Hill”, despistou: “Infelizmente Banksy morreu anteontem”.

Especula-se, agora, se Banksy e Guetta não seriam a mesma pessoa. Ou se Brainwash não seria mais uma intervenção de um artista que começou a carreira no submundo e que já teve trabalhos expostos na Tate Britain, em Londres e no Museum of Modern Art, em Nova York. Mas a única certeza que se tem é que “Exit through the gift shop” tem todo o jeito de ser apenas a ponta de uma intervenção de Banksy que saiu das ruas e entrou nos cinemas.

http://oglobo.globo.com/blogs/cinema/posts/2010/02/16/filme-sobre-banksy-nao-esclarece-grande-misterio-sobre-artista-266726.asp

Graziela Kunsch no CASCO Projects, NL

Informações do trabalho da artista como convidada do projeto de 1 ano no Casco projects, Utrecht, NL

USER’S MANUAL:
THE GRAND DOMESTIC REVOLUTION
A year-long project exploring the possibilities for a domestic living space to become a site for investigating and exercising the social through an integral approach to art, design and theory.

Graziela Kunsch: Projeto Mutirao Thursday Supper 4 Feb 19.00-22.00

DIAGNÓSTICO DAS ARTES VISUAIS

excerto do:

COLEGIADO SETORIAL DE ARTES VISUAIS

– DOCUMENTO 01/2008 –

I. DIAGNÓSTICO DAS ARTES VISUAIS

As Artes Plásticas – como foram, até há pouco tempo, conhecidas – ganharam nova dimensão, passaram a ser chamadas como Artes Visuais abrangendo todas as formas de expressão artística que, tendo como centro a visualidade, geram – por quaisquer instrumentos e ou técnicas – imagens, objetos e ações (concretas ou virtuais) – e ampliam seu universo para a percepção sensorial. Visto sob esta ótica as Artes Visuais estão presentes em todas as dimensões de nossa existência: nos objetos que nos circundam, nas paredes, nas ruas, praças e espaços arquitetônicos.

Ela estabelece permanentemente a conexão entre nós e o meio urbano, político e social. Não é mais apenas um objeto palpável, absoluto. Envolve um universo ilimitado incluindo desde a pintura de uma tela até o eletrodoméstico e as relações estéticas subjetivas.

A definição sobre os campos das artes visuais tem sido matéria de reflexão e debates sofisticados devido à sua amplitude e à agregação de questões filosóficas. É necessário antes de qualquer diagnóstico, redefinir as Artes Visuais como um território que incorpora hoje diversas áreas de expressão, além das Artes Plásticas, consideradas linguagens tradicionais, como: pintura, escultura, desenho, gravura, objeto. Temos a chamada Arte Contemporânea que faz uso de diversas linguagens abarcando campos tão diversificados pelos seus usos e por funcionamentos próprios, e que, em geral, se relacionam com pesquisas científicas e técnicas, e/ou investigações sócio-culturais e de práticas que produzem objetos, ações, propostas e reflexões, e que, assim, delimitam o campo das artes visuais, a saber:

Atividade Artística Visual no Campo Simbólico: Práticas estéticas que vão desde as atividades em suportes tradicionais até as atividades que visam linguagens e experimentos materiais, corporais, espaciais e ou virtuais; pesquisas de suportes e tecnologias:
Desenho, colagem, gravura, pintura, escultura, cerâmica, objeto, assemblage, fotografia, vídeo-arte, body-arte, performance, instalação, instauração, happening, intervenção urbana, arte e tecnologia (1), eco-arte, arte ambiental, land-art, grafitti, artes interativas, inter-territorialidade entre outros campos das e do saber.

Atividade Artística Visual Economicamente Orientada: Agenciamentos estéticos mistos que se inscrevem em atividades industriais ou comerciais, com meios específicos de circulação que apresentam intersecções ocasionais com o campo simbólico:
Design gráfico, design de produtos, design de moda, web design, design de interiores, arquitetura, decoração, urbanismo, fotografia, quadrinhos, artesanato, cenografia, humor gráfico, ilustração, light design, paisagismo, tapeçaria, tecelagem, animação.

Atividades discursivas no campo das artes visuais: Práticas de re-simbolização da atividade estética no registro de linguagens escritas e outras articulações, visando à atualização de significados. Significados esses que são propostos por obras, objetos e ações artísticas na perspectiva do pensamento e da reflexão (história da arte, crítica de arte, antropologia e psicologia da arte, teorias da arte, curadoria, ensaios).

Observações:

(1) Arte-Tecnologia é um termo genérico usado para descrever a arte relacionada com tecnologias surgidas a partir da segunda metade do século XX. Exemplos que podemos citar: arte em rede, arte robótica, arte com videogames/game art, hipermídia, net art, arte telemática, comunidades virtuais e ativismo artístico, ambientes imersivos, ambientes interativos, projetos de realidade aumentada e congênere, nano arte, arte computacional, bio-arte, arte transgênica, vida artificial, visualização de efeitos físico-químicos, arte digital, web-arte, arte wireless, arte cibernética, etc.

O conceito de Arte Cibernética é significativamente mais restrito, pois exige a interação constante entre o observador e a obra – e/ou entre os subsistemas da obra – num processo de causalidade circular que pode acarretar mudança de objetivos tanto para o espectador como para a obra. Obras que contemplem a interação contínua, cibernética, entre o observador e a obra – e/ou entre os subsistemas da obra –, bem como projetos de pesquisa que discorram sobre ou desenvolvam conceitos relacionados.

(2) Inter-territorialidade – inter-relação das artes com outros territórios do conhecimento humano.

convocatoria ARTE E INVESTIGACIÓN

CENTRO CULTURAL MONTEHERMOSO KULTURUNEA
Fray Zacarías Martínez, 2. 01001 Vitoria-Gasteiz. ARABA
www.montehermoso.net
info@montehermoso.net

Montehermoso publica las bases de la convocatoria ARTE E INVESTIGACIÓN, destinada a la producción, exhibición y difusión del arte y el pensamiento contemporáneo. El objetivo de esta iniciativa, promovida por el Ayuntamiento de Vitoria-Gasteiz, es facilitar la producción de trece proyectos (entre las categorías de producción de proyectos, comisariado, investigación y guión cinematográfico), seleccionados por un jurado experto entre todos los trabajos recibidos.

El plazo de recogida de proyectos permanecerá abierto hasta el 31 de marzo.

Ténot Fondation Bursary for artists

Camac Centre d’art marnay art centre
Ténot Fondation Bursary for artists: Call for application
Application deadline: March 15st, 2010

Camac
1 grande rue
10400 marnay sur seine
France
http://www.camac.org
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Since 1999, camac art centre with Fondation Ténot aims to promote creativity and international exchange in the artist community.

Camac and Fondation Ténot offer each year a residency bursary to one visual artist, one writer and one musician or composer in order to create new career prospects for artists.

Camac is located 60min away from Paris in the village of Marnay sur Seine within the scenic Region of Champagne-Ardenne. This multi-disciplinary creative centre offers a unique environment for visual artist, writers or musicians. Camac aims at fostering communication and creativity among individuals and groups working on the evolution of ideas or realization of works.

Nature of the bursary :
2 month residency (dates to be arranged by mutual agreement between the
artist and the institution)
Return ticket, board and lodging
Private bedroom with bathroom, individual studio.
The laureate must provide his/her own visas and health insurance .

Visual arts :
Eligibility :
Professional artists of established ability. The candidate must be motivated
and open to discussion on contemporary art practice and the challenge of
visual arts. He/she will be willing to conduct workshops or make a
presentation of his/her work to the public. Working knowledge of French,
English or Spanish required.
The selection of applicants will be based on project proposals.
The recipient will be requested to contribute one of his works to camac’s
permanent collection.

How to apply :
Send a filled-out application form to be found on camac’s website with the
mention “Fondation Ténot Bursary” directly to camac together with the
following documents :
– a curriculum vitae
– a recent photograph
– a project proposal for the residency period (3 – 5 pages + visuals)
– two testimonials
10 images of recent work, materials such as press articles, catalogues, etc.

Creative writing :

Eligibility :
Established poets, novel writers and playwrights with demonstrated ability in French, English or Spanish. The laureate will be requested to contribute published texts to the camac library.

How to apply :
Send the application form from camac website with the mention “Fondation Ténot Bursary” directly to camac together with the following documents :
– a curriculum vitae
– a recent photograph
– a project proposal for the residency period (3 -10 pages)
– two testimonials
– Press Clippings
– clear good quality copies of published work or magazine publications.

Music :
Professional musician of established ability.
He/she will be willing to make a presentation of his/her work to the public. Working knowledge of French, English or Spanish required.
The selection of applicants will be based on project proposals.
Send a filled-out application form to be found on camac’s website with the
mention “Fondation Ténot Bursary” directly to camac together with the
following documents :
– a curriculum vitae
– a recent photograph
– a project proposal for the residency period (3 – 5 pages + visuals)
– two testimonials

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Please note that applications and accompanying material will not be returned unless a self addressed envelope with sufficient postage is included in your initial application package.

Closing dates for applications : March 15st, 2010
For more information and to apply:
Camac
Jean-Yves Coffre
jycoffre@camac.org
Camac
1 grande rue
10400 marnay sur seine
France