http://ciccillo.wikispaces.com/

O espírito de Ciccillo Matarazzo se revoltou contra a confusão da Fundação Bienal , e lança este protesto on-line. Se ele vai engajar os artistas, não sei, mas a tentativa é bem-humorada.

“Os tempos mudaram… E diante dos últimos acontecimentos que atingem a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, que fundei em 1951 e presidi até a minha morte em 1977, inicio este wiki com o Relatório da Curadoria da 28ª Bienal de São Paulo.

Meu objetivo não é apenas comentarmos este relatório, mas também e, sobretudo, pretendo criar aqui um uma arena pública para que a sociedade brasileira mostre a sua indignação. Vamos publicar, pesquisar, apontar, criar uma situação que demonstre aos órgãos competentes que não podemos mais tolerar esta situação. Anos de gestões incompetentes, para dizer o mínimo, agora desembocam na possibilidade de vermos o pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza vazio. Ora, senhores, isso é demais!

Sou obrigado a pedir que a sociedade brasileira acompanhe a minha indignação e se movimente em defesa de nosso patrimônio institucional artístico maior.

Declaro o espaço aberto. Vamos aos debates!

Ciccillo Matarazzo”

http://ciccillo.wikispaces.com/

Comentário sobre o Panorama

Este texto foi gentilmente enviado por Traplev para a publicação no Artesquema.

A DISFUNÇÃO DO PANORAMA DA ARTE BRASILEIRA
OU O DES-PANORAMA EM ACLIMAÇÃO
(E COMENTÁRIOS DO BLOG DO CANAL CONTEMPORÂNEO)

(publicado também em versão espanhol http://esferapublica.org/nfblog/?p=1893 )

Roberto Moreira Junior
(Traplev)

Quando li a reportagem na Folha de SP, também lembrei como referência, sobre a indicação na Alemanha do artista inglês Liam Gillick para a Bienal de Veneza deste ano. Mas o interessante em ler a reportagem e depois ler os comentários no blog do canal contemporâneo (http://www.canalcontemporaneo.art.br/brasa/archives/002119.html), foi sentir tanta inflamação.
Não creio que o contexto seja de “desrespeito para com os artistas brasileiros em pleno tempo de expansão” como escrito em um post no blog do Canal, para mim essa proposta de Adriano Pedrosa soa mais como uma “armadilha estética” (não duchampiana!), do que um desrespeito a produção de arte brasileira.
Adriano Pedrosa, não é o único a polemizar o Panorama da Arte Brasileira que acontece no MAM de São Paulo desde 1969. Depois do Panorama de 2001 (com curadoria de Ricardo Basbaum, Ricardo Resende e Paulo Reis) todos os Panoramas que se prosseguiram nunca mais tiveram o mesmo impacto dentro do circuito de arte institucional e informal no Brasil.
Com a “polêmica-interna” que gerou a referida exposição em 2001 (uma “crise” no bom sentido), que na minha opinião, foi uma das melhores curadorias com o nome de Panorama da Arte Brasileira da última década, porque justamente estavam focados com o que estava ocorrendo na época, despontando outras práticas artísticas que não somente esse circulo de “visibilidade brasileira” e não se preocupando apenas em paradigmas e circuitos de mercado. (E nesse sentido a publicação – não catálogo – editada por Ana Paula Cohen, e a entrevista com Artur Barrio reforçaram a proposta justamente reafirmando outras práticas não padronizadas pela Instituição Museológica e o “Catálogo de Exposição”).
As outras tentativas partindo do talvez primeiro DES-Panorama do G. Mosquera começaram a decair e não conseguiram mais encontrar o sentido de se fazer este evento que comemora seus 40 anos em 2009. Ainda entre os Panoramas internacionais (Mosquera em 2003 e Pedrosa em 2009), teve a Curadoria de Felipe Chaimovich que ainda se preocupou em pesquisar por muitos estados do Brasil (in-situ), o que se produzia na época. Concordo também com o post (do link acima) de Juliana Burigo, Ligia Borba e Guy Amado, que simplesmente poderia se resolver o problema promovendo uma curadoria que não exatamente o tal “Panorama nanannnann”.
Também soa interessante essa indignação pela proposta de Adriano Pedrosa, pois justamente evidencia um problema maior que está por trás de tudo isso e que de alguma forma passa despercebido – a posição do MAM-SP que aceita tal proposta para o evento bienal de nome Panorama da Arte Brasileira.
Creio que essa coisa de utilizar o evento (pelo menos nos últimos 8 anos) que acontece desde 1969 até hoje com propostas querendo “renovar” o panorama da arte brasileira com artistas internacionais, é claramente um problema de Identidade da própria Instituição. Penso que os próprios diretores-presidentes e ou conselheiros, curadores do MAM-SP ou quem é que seja que administra essas “chamadas conceituais” para o Panorama, (como tb já dizia outro post), que deveriam responder por essa crise de identidade.
E ainda se falar que Programa de Residência é uma inovação (!), também não cabe mais nesses discursos. Nesse sentido concordo com Marco Paulo Rolla entre outros comentários, de propor realmente uma virada de conceito do que significa ainda hoje realizar um Panorama da Arte Brasileira no Brasil.
A emergência de se rever, discutir, questionar, esvaziar e modificar os princípios e sentidos de eventos como o Panorama, Bienal, Salões e etc, são essenciais.

As opções de atualização são infinitas, porque mesmo não pensar em programas de comissionamento a trabalhos, fomentando a produção de artistas brasileiros (neste sentido diga-se de alto e bom tom, não apenas os “artistas do mercado brasileiro”) para as edições bienais do Panorama (???).
Nesse sentido o projeto de Adriano Pedrosa realmente poderia ter outro contexto para refletir sobre o que ele propõe, não precisaria necessariamente evidenciar-se e aproveitar-se da “melodia institucional” em se intitular de Panorama da Arte Brasileira. Concordo também sobre as opiniões que se colocam sobre o questionamento do que é arte brasileira internacional por Daniela Labra: “É arte brasileira com penas de arara (Tropicália) ou arte brasileira com cara de Robert Morris?”, realmente essas confusões de continentes e nacionalismos são paradigmas delicados e a proposta como esta de Adriano Pedrosa (de se fazer o Panorama da Arte Brasileira Européia), ou mesmo esse último “Manifesto” de Bourriaud que tenta pensar outros paradigmas da arte sobre pontos de vistas duvidosos ao se falar generalizando, colocam em xeque e ás vezes impõe princípios conceituais e ações de curadores que não correspondem com situações específicas (“time specific X site specific” [!]) de circuitos diversos.

Desde a saída (emergencial combinada) de Ivo Mesquita e sua equipe, da direção do MAM-SP(-ITAÙ) de 2001, o Panorama da Arte Brasileira “balança”.
Porque não se comentou a curadoria do Panorama “Contraditório”[!] de Moacir dos Anjos, que na pouca informação, crítica e comentários que busquei nada diziam de tão inflamante como este..(!?) Neste ano da Curadoria do Moacir, tentei procurar várias vezes (google, canal, mapa, etc, etc, etc..) informações de pelo menos quem foram os artistas selecionados (!) e nem na página do próprio MAM-SP tinha o nome dos artistas!!!, mas quando vi uma parte de nomes tão conhecidos da “arte brasileira para exportação” (com a sequência da parceria para a ARCO de Galerias Brasileiras & Governo Federal, etc, etc, etc), perdia o interesse, porque para um sentido de PANORAMA, se desviava de um dado foco, se perdia a atenção de algo a mais do que vemos no mercado ou somente daquilo que circula nesse meio.

A situação que vemos da proposta de curadoria de Adriano Pedrosa, é um problema claro e evidente de uma necessidade das Instituições no Brasil, (seja do evento de nome Panorama da Arte Brasileira, seja do MAM-SP, seja da Fundação Bienal de SP, do MUBE, do MAM-RIO, do MASC, do MAC-PR, entre qualquer outro), de rever ações e operacionalizar de um modo coerente as demandas dos artistas e do público para a nova década que surge.
E nesse sentido, quando há uma brecha como esta da edição do Panorama da Arte Brasileira (de Europeus, como já citado) de 2009 ser realizado, perde-se uma oportunidade rica de investigar a produção artística do Brasil, sobre óticas e iniciativas ainda a serem desenvolvidas em suas diferentes re-adaptações e formatos (conceituais e administrativa).
O problema de mexer com essas iniciativas, é o grau de visibilidade que está contido nelas, pois essa “febre de status” (de artistas e curadores), muitas vezes desvia o contexto de se pensar a produção de arte brasileira.

Nesse sentido, falando neste contexto de DES-PANORAMAS, uma das (infinitas) questões Institucionais seria: como atuar sobre essas “plataformas de visibilidade” expandindo o formato e conceito de entre alguns Salões, Editais, Programas de Exposições, Panoramas e ou Bienais etc, etc, etc, etc, etc etc, etc (7vezes) ???

SÃO PAULO MON AMOUR convida

Prezado Público,

Levando em consideração que “a cidade favorece a arte, é a própria arte” (Lewis Munford), os artistas Ricardo Farias e Wagner Lucas construirão uma obra, dentro do gênero da performance e da vídeo-arte, que pretende discutir o lugar da arte hoje, ironicamente realizarão um deslocamento, movendo o público para um contexto onde se permitam
gozar da experiência com a cidade e não apenas com a obra em questão.

O evento que organizam se passará no Elevado Costa e Silva e nas dependências do edifício Estádio, especialmente na empena cega que dá face para a Avenida Pacaembu. Entre os elementos que compõem a obra,figura uma vernissagem, nos moldes de uma galeria, que ocorrerá ao mesmo tempo em que realizarão a performance na fachada em questão.

Assim sendo, convidamos a todos para um café da manhã que se passará a partir das 5h00 da madrugada, no dia 21 de abril de 2009, terça-feira,no elevado Costa e Silva logo acima do cruzamento com a Avenida Pacaembu, para partilharem conosco bons momentos ao raiar do dia e presenciarem a criação destes artistas.

A obra tem por destino a apresentação na exposição exposição intitulada “SÃO PAULO MON AMOUR”, que terá lugar em Paris no decorrerdo mês de Setembro de 2009 na “Maison des Métallos”, um importante estabelecimento cultural da cidade.

Cordialmente,

Sérgio Franco
Curador da Exposição São Paulo Mon Amour

site do evento: http://www.engodo.fr

Perguntas ao corpo hiperestimulado

Acaba de ser publicado no Idança.net.  Acesse o site para ler na íntegra.
Perguntas ao corpo hiperestimulado
por Flavia Meireles · 16/04/2009

Uma mulher se vê num espelho posicionado na prateleira do supermercado e começa um alongamento dos braços. A câmera mostra em seguida todos os consumidores do supermercado exercitando seus corpos numa ginástica grosseira. Do lado de fora do supermercado, vê-se uma pequena aglomeração de pessoas também exercitando seus corpos grosseira e individualmente e um casal se beija ao fundo do plano. Em certo momento, toca um telefone celular seguido de outros tantos que tocam e toda a cena imediatamente se interrompe, cedendo a esse apelo sonoro irresistível. As pessoas procuram e atendem seus celulares desligando-se daquele espaço através do pequeno dispositivo que as coloca, em tempo real, em conexão com outro lugar. Ouve-se uma música sacra que abafa a conversa dos celulares e que nos sinaliza, não sem ironia, a total reverência que submetemos a esse dispositivo.

É com esta “brincadeira” feita pelo cineasta Marcelo Masagão no filme 1,99 o supermercado que vende palavras que gostaria de abrir este artigo, que se quer mais um estranhamento do que uma clareza, acerca de algumas questões que o corpo, que chamarei de corpo hiperestimulado, experimenta na contemporaneidade.

(segue…)

O que é Arte Brasileira?

Aproveitando a celeuma em torno do Panorama de Arte Brasileira sem arte brasileira, lanço a questão:

Mas, afinal, o que é Arte Brasileira?

a) Arte feita no Brasil

b) Arte feita por artistas brasileiros

c) Arte com cara de Brasil

d) Qualquer tipo de arte feita em qualquer lugar

e) Todas as respostas

f) Outras

rubens-caixa-de-luz
Uma arte bem brasileira: Rubens Mano. Caixa de Luz. Intervenção. Palácio Cruz e Sousa, 2008

Panorama sem Arte Brasileira

O  Canal Contemporâneo re-publicou e eu posto aqui:

Mostra de arte brasileira não terá artistas nacionais por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na sessão Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 20 de março de 2009

Exposição será reservada a estrangeiros que dialoguem com a cultura do país

O 31º Panorama da Arte Brasileira, que acontece em outubro, no MAM-SP, terá ainda projeto de residências artísticas para estrangeiros

Depois da polêmica Bienal do Vazio, no ano passado, que deixou um andar do pavilhão no Ibirapuera sem produções artísticas, a controvérsia do mundo das artes plásticas nacionais deste ano promete ser o 31º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), previsto para ser aberto no dia 10 de outubro.

Com curadoria de Adriano Pedrosa, 43, a mostra bienal não terá artistas brasileiros, ao contrário do que indica seu título, mas estrangeiros que estabeleçam algum diálogo com a cultura local ou estejam vinculados a um tipo de produção que ele considere brasileira.

“Minha primeira ideia foi organizar um panorama de arte latino-americana, que acabou amadurecendo nessa ideia de arte brasileira feita por estrangeiros. Esse projeto também reflete minha percepção de que a programação das instituições na cidade é majoritariamente com brasileiros”, disse Pedrosa à Folha, na sede do MAM.

Criado em 1969 e transformado em evento bienal em 1995, o Panorama visava até então apresentar uma leitura da produção brasileira contemporânea, tendo sido organizado por curadores como Ivo Mesquita, em 1995, ou o cubano Gerardo Mosquera, em 2003, que agregou três estrangeiros à mostra, entre 19 artistas.

A proposta de não incluir artistas brasileiros significaria que a produção nacional anda fraca? “Estou flexibilizando uma noção ossificada de “arte brasileira”, questionando-a. O “brasileiro” nesse contexto deixa de ser nacionalista. Parece-me pertinente, pois o Brasil e a arte brasileira sempre foram muito abertos”, diz Pedrosa.

Residências

Outra inovação será a realização de residências artísticas para estrangeiros, como ocorreu na 27ª Bienal de SP (2006), na qual Pedrosa foi cocurador.

Assim como daquela vez, a Faap irá acolher os artistas em um edifício na praça Patriarca. Esse tipo de procedimento, contudo, teve início antes na carreira do curador: “O projeto de residências é algo que primeiro desenvolvi com a Luisa Lambri, uma italiana que fez fotografias de arquitetura brasileira, em 2003. É um bom exemplo de “arte brasileira”, nesse sentido ampliado”.

Pedrosa pretende selecionar cerca de 30 nomes para a mostra: “Meu objetivo é buscar artistas que estabeleçam uma relação mais profunda com a cultura brasileira, como o Superflex [da Dinamarca], que trabalhou com o guaraná Power, ou a [francesa] Dominique Gonzalez-Foerster, que já trabalhou com muitas referências nossas e vive no Rio”.

Cerca de metade da seleção, ainda segundo Pedrosa, deve participar do programa com a Faap: “Nas residências, vamos convidar de dez a 15 artistas que potencialmente possam desenvolver uma relação com o país, não apenas para realizar uma obra para o Panorama mas para algo muito além disso. Trata-se assim de reunir artistas estrangeiros que já produzam “arte brasileira” e oferecer possibilidades para que outros também o façam”.

Mais que polêmica, a proposta de Pedrosa é ambiciosa: é possível definir como brasileiro um trabalho de arte contemporânea, independentemente de quem o realize? Essa foi, afinal, uma das questões fundamentais dos modernistas brasileiros, que nunca conseguiram chegar a uma conclusão.

Ferreira Gullar revê o manifesto neoconcreto

Artigo publicado no Jornal do Brasil em 20.03.2009 traz comentários do poeta-crítico sobre o movimento neoconcreto, sobre literatura e claro, arte contemporânea.

“Academizaram a rebeldia. Pode uma coisa dessas? O novo virou um fetiche. Agora me consideram um crítico conservador. Mas o rebelde sou eu: porque eles estão em todas as academias, exposições, galerias, e todos concordam entre si. Até hoje não saíram do urinol, fazem exposição com cocô. Mas isso só acontece nas artes plásticas, que é financiada com o dinheiro dos grandes museus. Se isso acontecesse na literatura, ninguém compraria livros; no teatro, ninguém veria os espetáculos. Porque ninguém vai querer colocar cocô artificial ou urinol na sala. Agora veja, nem tudo está perdido: a exposição do Vik Muniz, no MAM, está lotada. Porque é boa e nova, e ninguém está contra o que é bom e é novidade. Ele sim faz arte mesmo.”

Completando e – com todo o respeito – confrontando o poeta, há muitos artistas maravilhosos que não só o Vik Muniz, quem aliás, em minha humilde visão, descobriu uma fórmula bacana de fazer suas obras e que a repete em quase tudo o que faz. Muniz é um bom representante da mina de ouro que é o mercado de arte, sendo um artista aplaudido e alavancado pelo sistema institucional (museus) e por setores ‘mundanos’ como publicidade. Ou seja, não dá prá detonar o sistema da arte e suas instituições e ao mesmo tempo dizer que o Vik é a salvação da lavoura, por que este, com o seu talento e sensibilidade, não deixa de ser fruto do outro. Com todo o respeito.

E que tem gente que repete o urinol e o cocô em lata até hoje, ah, sim, isso tem -  do mesmo modo que tem gente repetindo o Pollock, o Andy Warhol, Picasso e o impressionismo. Mas e aí, qual das repetições é melhor que a outra? Nenhuma.

No mais, a entrevista com Gullar é cultura brasileira e leitura quase obrigatória. Publicada on-line no Portal Literal.

http://portalliteral.terra.com.br/artigos/ferreira-gullar-reve-o-manifesto-neoconcreto

Museólogo por secretária no CAHO, RJ

Repasso a carta desta colega de àrea.  O CAHO deveria ser referência de centro de arte no Brasil “mas a sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo”…

+ + +

Caros amigos,

Comunico o que a Cultura no Brasil propõe para o futuro.

Diante da decisão lamentável da Secretaria das Culturas de extinguir o cargo de Museólogo do quadro do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, quero tornar público que permaneci durante cinco anos no cargo de museóloga em contrato CLT (Outubro 2003- Fevereiro 2009) e fui destituída sob a alegação de que o cargo de museólogo
da instituição seria extinto. Segundo ofício enviado pelo Sr. Randal Farah de Oliveira Leão, Sub-Secretário de Gestão, para a empresa de Recursos Humanos que terceriza funcionários para os órgãos da Prefeitura do Rio de Janeiro, o cargo não foi apenas extinto ele foi tranformado em um cargo de secretária.
Perdi o emprego, mas não a indignação. O ato de extinguir a função de museólogo de uma Instituição Cultural da Prefeitura do Rio de Janeiro, ou seja uma instituição pública é um desrespeito a nossa classe. Como se não bastasse a falta de concurso público para a área e os poucos espaços para exercermos a profissão, o cargo de museólogo vem sendo substituído por diversas áreas, como arquivologia
, biblioteconomia e neste caso, secretariado.
Esta carta não é apenas uma reclamação ou um desabafo pessoal, nem mesmo é uma maneira de obter o meu emprego de volta. É sim um repúdio, um protesto contra os descasos que sofre a nossa profissão. Afinal, enquanto a classe dos teatros esbraveja contra a política cultural da atual Secretaria das Culturas, as outras “culturas” como Museus, Artes Plásticas, bibliotecas e etc se calam.
credito que consentir e calar-me diante destas decisões é decretar o fim da Cultura e da Museologia para o Brasil.
Quando será que a Museologia terá o seu verdadeiro espaço? E quando o profissional será indispensável à Cultura?

Atenciosamente,

Daniela Matera Lins

Corem 0686-I