Políticas da Arte – Diálogos da Arte

Políticas da Arte – Diálogos da Arte
MAM-RJ – Dias 3 e 4 de novembro
Local: Cinemateca do MAM
Organização: MAM-RJ/Azougue Editorial
Coordenação: Frederico Coelho e Sergio Cohn

Outubro de 1968: Rogério Duarte e Hélio Oiticica organizam no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro o encontro batizado de Cultura e Loucura. Na montagem da mesa para o debate sobre os limites entre arte e contra cultura, além dos organizadores, participam Caetano Veloso, Nuno Veloso e Luis Carlos Saldanha. A idéia de Rogério e Hélio era ter também Chacrinha e Glauber Rocha, mas não foi possível. Tempos depois, Antonio Manuel lançaria um curta-metragem com os principais trechos do debate.

Outubro de 2009: o incêndio no acervo do Projeto HO desencadeia no meio das artes visuais uma série de documentos, textos pessoais, emails, cartas abertas, testemunhos e manifestos sobre a questão dos acervos de artistas e instituições. O debate gira maciçamente ao redor das condições de preservação e manutenção, das políticas públicas e privadas de financiamento, da repercussão pública do incêndio em contraponto ao descaso diário em relação a outros acervos importantes que se deterioram em nosso cotidiano. Ao mesmo tempo, passa ao largo das mídias as propostas culturais que se encontravam em gestação em torno do Projeto HO, entre elas redes digitais de artistas e criação de espaços de disponibilização ao público das reservas técnicas dos artistas contemporâneos.

Se um encontro como o aqui proposto já se fazia necessário e urgente, ao constatarmos tal massa de opiniões no espaço virtual ou nas conversas privadas, agora se torna inadiável trazer o debate de volta ao espaço público.

Reivindicando a retomada do MAM-RJ como um espaço não só de exposição de obras, mas principalmente de exposição de ideais, questões, diálogos e conflitos, convocamos a todos os personagens do universo das artes visuais da cidade – artistas, críticos, jornalistas, galeristas, donos de acervos públicos e privados, compradores, produtores, público e pesquisadores – para participarem nos dias 3 e 4 de novembro do debate Políticas da Arte – Diálogos da Arte.

O objetivo do encontro é simples: romper com a idéia estática de um seminário acadêmico e estimular a participação pública na formulação de propostas para os problemas e soluções que todos podem trazer em suas colocações. A participação da platéia será tão ou mais importante do que a participação dos nomes nas mesas montadas para estimular o debate. O resultado do encontro será registrado e documentado num caderno de propostas, a ser publicado de maneira emergencial ainda esse ano pela Azougue Editorial.

Na terça-feira, dia 3, teremos duas mesas – uma na parte da manhã (11:00) e outra na parte da tarde(14:00) – com a participação dos coordenadores do evento (Frederico Coelho e Sergio Cohn) e de representantes de acervos (Cesar Oiticica Filho e João Vergara, com mediação da crítica Daniela Name). A intenção das duas mesas é fornecer mais elementos e informações para o debate com o público presente. Também será lançado nesse dia o projeto Rede Arte Brasil, uma rede digital de artes plásticas organizada pelo Projeto HO, com explicação pública de seus objetivos e metas.

Na quarta-feira, dia 4, a intenção é promover durante a tarde (das 14:00 às 18:00 horas) um balanço das conversas do dia anterior e uma convocatória geral para todos os interessados no debate sobre os temas propostos pelo encontro. Uma assembléia geral em que a participação de todos será fundamental para ampliarmos a capacidade de ressonância do evento. Os artistas e críticos Marcio Botner, Ernesto Neto, Felipe Scovino e o curador do MAM-RJ Luiz Camillo Osório, conduzirão o debate desse dia.

Políticas da Arte – Diálogos da Arte não é somente um encontro, não é somente um seminário e vai além do velho debate entre os mesmos. É uma convocação do MAM para que todos seus parceiros e colaboradores (seja o público e a sociedade, sejam os artistas e os que se relacionam com as artes) tenham novamente voz ativa na proposição e condução das políticas que atravessam o dia a dia das artes visuais contemporâneas.

Se no espaço virtual ficou provado nas últimas semanas que a demanda por conversas, por posições e por reivindicações é intensa, chegou a hora de nos encontrarmos face a face para refundarmos um novo marco crítico e um novo espaço de ação no Rio de Janeiro.

A hora é essa. Antes do próximo incêndio.
Esperamos a presença de todos,

Frederico Coelho e Sergio Cohn

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