Como atiçar a brasa: Arte e Fla x Flus, por Daniela Labra

“É admirável como as discussões públicas sobre o tema Arte Contemporânea se tornam verdadeiros Fla x Flus muito facilmente. De um lado, críticos e artistas inconformados com a história do século XX que transformou a arte numa espécie de engodo para satisfazer um mercado consumista, fabricante de estrelas fugazes das artes plásticas, muitas vezes sem preparo técnico adequado.
Do outro lado da discussão, outros artistas, críticos, curadores e todos os que se interessam positivamente pelo tema, não o compreendendo como uma aberração histórica, mas como um caminho estranho e instigante que a arte tomou ao se desligar de sua premissa número um que era representar mimeticamente a natureza.”

Para ler o texto na íntegra e ver os comentários acesse o Canal Contemporâneo na seção: Como atiçar a brasa: Arte e Fla x Flus, por Daniela Labra

5 thoughts on “Como atiçar a brasa: Arte e Fla x Flus, por Daniela Labra”

  1. Oi Duda, a abordagem da mídia faz com que as pessoas acreditem nos clichês. Bienal do Vazio, Bienal sem Obras… Será mesmo? A discussão já está sendo rica e o que o Ivo quer mostrar é que a arte está em outras manifestações e suportes além do quadro, da escultura, do elemento formal, como ele mesmo coloca. O pavilhão de baixo será enchido com muitas atrações, além de debates e encontros. Com a competência que ele tem, certamente vai conseguir realizar um bom trabalho até lá. Ah, mas os comentários no O Globo são um desastre, é melhor desconsiderá-los ou teremos uma enxaqueca. abraços, d

  2. Claro que não, mas apenas não justifique o segundo andar vazio por falta de tempo ou de artistas.
    Tenho uma sugestão para esse andar:
    Reeleito, presidente da Bienal é investigado

    Pires da Costa contratou revista da qual é dono para publicar textos da fundação; ele diz que preço é inferior aos de mercado

    Ministério Público investiga caso; durante a eleição, escolhido disse que já usou dinheiro próprio para cobrir rombos da instituição

    MARIO CESAR CARVALHO
    FABIO CYPRIANO
    DA REPORTAGEM LOCAL

    O empresário Manoel Pires da Costa foi reeleito anteontem presidente da Fundação Bienal pela terceira vez em uma situação inédita. Ele está sob investigação do Ministério Público pelo fato de a Bienal ter contratado uma empresa dele, o que levanta suspeitas de desvios, e o conselho de administração da instituição não chegou a um consenso para aprovar as contas do ano passado.
    Como as contas haviam sido reprovadas pelo conselho fiscal, que analisa as finanças da fundação, decidiu-se que uma comissão de ex-presidentes da Bienal julgará a lisura dos gastos de 2006. Numa espécie de compensação simbólica pelas contas colocadas sob suspeição, o conselho de administração aprovou um voto de confiança no presidente.
    A vitória folgada de Pires da Costa (39 votos a favor, 7 contra e uma abstenção) não traduz com precisão o clima tenso da reunião, que durou cinco horas e meia.
    O presidente chegou a dizer que as restrições do conselho fiscal atingiam sua honra. Afirmou que jamais tirou proveito financeiro da Bienal. Em tom de desabafo, disse que já usou dinheiro próprio para cobrir rombos da Bienal. O balanço da fundação aponta um déficit de R$ 1,03 milhão no ano passado.
    O presidente da Bienal ficou contrariado porque o conselho fiscal fez três tipos de crítica à sua gestão:
    1. Considerou parte das práticas de governança da Bienal “inconveniente pelos padrões normalmente exigidos a pessoas jurídicas”;
    2. Apontou que Pires da Costa contratou uma empresa, a TPT Comunicações e Editora, da qual é dono, para editar a revista “Bien’art”. A TPT recebe cerca de R$ 125 mil por mês da Bienal por textos sobre eventos ligados à fundação (cada página custa R$ 25 mil). A Bienal paga mais R$ 15 mil por mês à TPT por serviços de assessoria de imprensa;
    3. Avaliou que a contratação da TPT fere o artigo 6º do estatuto da fundação, que proíbe presidentes ou diretores de fazerem negócios com empresas das quais são sócios.
    Essas desobediências “por si só originam uma situação de impedimento de aprovação das contas e da conduta da diretoria executiva”, diz o relatório do conselho fiscal, integrado pelo médico Sebastião de Almeida Prado Sampaio, o advogado Manoel Whitaker Salles, o promotor aposentado Carlos Francisco Bandeira Lins e o empresário Julio Landmann.
    Whitaker Salles diz que não faz sentido a revista receber recursos da Bienal, sem aprovação do conselho, enquanto os catálogos da última exposição não foram publicados. Desde 1951, quando foi realizada a primeira mostra, é a primeira vez que a Bienal termina sem ter catálogos.
    “Como o presidente da Bienal pode fazer um contrato consigo próprio?”, disse ele antes da eleição.
    O primeiro questionamento sobre a revista “Bien’art” foi feito em setembro pelo conselheiro e colecionador Adolfo Leirner. A ata registra o seguinte: “Sr. Pires da Costa informa que foi contratada uma empresa especializada através de uma concorrência (…). Informa que para maiores esclarecimentos sobre esse assunto marcará uma reunião para apresentar todos os detalhes de como funciona a revista “Bien’art””.
    Em nenhum momento, o presidente da Bienal informou o mais importante, segundo o conselho fiscal: que ele era o dono da revista.
    Há 20 dias, quando reconheceu que era o dono da revista, Pires da Costa recebeu a recomendação de um conselheiro, o advogado Arnoldo Wald Filho, de fazer uma autodenúncia junto ao Ministério Público.
    Anteontem, na reunião que reelegeu o presidente, dois promotores da Curadoria de Fundações, órgão do Ministério Público que fiscaliza fundações, apresentaram a primeira auditoria feita na Bienal.
    Segundo assessores de Pires da Costa, o promotor disse que, numa primeira análise, não encontrara provas de que a revista trazia prejuízos à fundação.
    Procurado por dois dias seguidos pela Folha, o promotor Ayrton Grazzioli não foi encontrado para confirmar o teor da auditoria. Ainda de acordo com assessores de Pires da Costa, os promotores vão analisar agora se os preços pagos pela Bienal à revista seguem os padrões de mercado.
    A investigação do Ministério Público corre sob sigilo por envolver as finanças de uma empresa privada.

    “Não há desvios nem prejuízo para fundação”

    DA REPORTAGEM LOCAL

    O presidente da Bienal, Manoel Pires da Costa, diz que não há desvios de recursos por meio da revista nem a fundação teve prejuízos com a “Bien’art”. Segundo depoimento que prestou ao Ministério Público, sua empresa faz a publicação a um custo “inferior aos valores praticados pelo mercado”.
    Ele reconheceu que o negócio com a revista pode ferir um artigo do estatuto da fundação, mas declarou agir de “boa fé” -“tanto que se adiantou e trouxe o fato ao conhecimento da Curadoria de Fundações”.
    O presidente da Bienal informou, por meio de seu assessor de imprensa, Antonio Gaspar, que nunca escondeu que era dono da revista: “Consta, claramente, do 1º ao 30º número da revista, o nome e o endereço da empresa TPT Comunicações, de propriedade do presidente-executivo. Conselheiros da Fundação Bienal sabem que a TPT Comunicações é de propriedade do presidente”, disse, por e-mail, Pires da Costa.
    Ele afirma, porém, que não foi preciso, durante uma reunião do conselho em setembro último, ao afirmar que houve uma concorrência para escolher a empresa que publicaria a “Bien’art”. “A palavra concorrência foi mal empregada. Foi feita uma pesquisa de mercado. Entre outras, foram contatadas pelo presidente-executivo da FBSP a Editora Três e a Editora Abril. Ninguém se interessou. Até porque, como se pode supor, o projeto de uma revista voltada para o segmento de artes visuais, como a “Bien’art”, já se mostrava deficitário”, conta.
    Indagado se é verdade que a fundação paga por textos publicados na “Bien’art” relacionados à Bienal, Gaspar afirma que “por solicitação do presidente-executivo o Ministério Público, por meio da Curadoria das Fundações, está finalizando, em caráter sigiloso, auditoria específica sobre as relações econômicas” entre a TPT Comunicações e a Bienal.
    Ainda segundo o assessor de imprensa de Pires da Costa, a ida do presidente da Bienal ao Ministério Público sem o conselho fiscal “em nada prejudicou as posteriores e sucessivas reuniões dos conselheiros com o curador das Fundações”.
    O presidente diz que o assessor “Antonio Gaspar não tem qualquer vínculo com a Bienal. Há cerca de seis anos, ele é funcionário da TPT Comunicações”. (MCC e FC)
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  3. Ao invês de um carro batendo, poderíamos ter uma viatura (veraneio vascaína) dando voltas pelo prédio da Bienal.
    Não vamos nem falar em El Cid não é mesmo ?

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